O primeiro do ano é pra mim.
os meus rascunhos estão cheios de textos e poesias nunca publicados dos quais não me identifico mais, é verdade, não tenho escrito há um tempo.
acho que não sei escrever sobre calmaria, seria essa a maldição dos poetas? apenas escrever quando o coração pulsa intensamente (na dor).
também não é como se eu não sentisse nada, pelo contrário, continuo sendo intensa, mas de uma forma tão serena que nem sabia ser possível.
tenho realizado grandes sonhos e me transformado de tantas formas que faltaria palavras para descrever essa imensidão que sou.
talvez estar perto dos 30 anos não seja tão ruim quanto dizem, sabe, eu não entendo todo o pânico em volta dessa idade, afinal, a maturidade que conquistei hoje me traz uma força inestimável que eu jamais teria aos 15.
a impulsividade de ser jovem ainda mora dentro do meu coração, é que agora eu sei escolher quais situações valem a pena me jogar, viver também é escolher aquilo que me traz pra perto de mim.
envelhecer, é perceber que meus poucos amigos, são tão verdadeiros que valem pela vida inteira, muito mais do que os poucos momentos de vivacidade nas festas universitárias aos 20, onde a gente pensava que todas aquelas pessoas seriam para sempre.
também é perceber que a vida é muito mais do que a busca pelo amor romântico, já nem o procuro mais, não deixo de acreditar, mas sei que o amor vai me encontrar no tempo certo.
a verdade é que o “para sempre” da juventude só existe no sentimento momentâneo, é real, naquele instante, mas finito.
o eterno que encontro dentro de mim atualmente é tão real quanto o antigo, no entanto, se encontra nos detalhes.
é o cheiro do café que uma pessoa querida faz pela manhã antes do dia começar, são os olhares sorrindo ao se encontrar, é o abraço genuíno de quem te quer bem, quando a gente encontra tempo na correria do dia a dia para mandar uma mensagem, é dizer “ouvi essa canção e lembrei de você” e passar horas falando sobre música, segurar a mão com leveza -sem amarras-, é a empatia de sentir a dor, o apoio em meio ao caos.
busquei tanto tempo por pessoas eternas e percebi que sempre esteve aqui, dentro de mim, no meu olhar pra vida, na forma que eu me empolgo com as pequenas coisas, com os começos e recomeços, a metamorfose da vida é que eu posso ser quem eu quiser e isso é mágico.
ainda tenho tanto pra descobrir, de mim, do outro, da vida e acho que é isso que faz meu coração pulsar serenamente.
a aventura do desconhecido conforme envelhecemos é se dar conta de que nada ser eterno é lindo e o pra sempre, mora dentro do coração que é infinito.
Se você gosta do meu conteúdo, compartilhe-o, dê claps!
(eles vão de 1 à 50 e são bem importantes para os escritores do medium)
Gratidão❤